Desculpe o sumiço.
A partir de hoje, pretendo ampliar os assuntos deste blog. Além de falar do desenvolvimento da Ana, vou tentar fazer postagens sobre diversos assuntos que envolvam filhos.
O tema que vou tratar hoje é a adoção.

Ontem vi uma notícia na TV que mecheu muito comigo, dizia que mais de 8 milhões de crianças, em todo o mundo, vivem em Instituições. Se não fosse o amor dos meus pais adotivos eu poderia ter feito parte desta triste estatística.
Vários motivos levam as crianças às Instiuições ,entre eles, problemas familiares, desestrutura da mãe, por terem algum tipo de deficiência , violência e pobreza.
Existe uma grande fila de pessoas dispostas a adotar, mas a grande questão é que a maioria das crianças abrigadas fogem do "padrão" , ou seja, boa parte dos abrigados é formada por grupos de irmãos, crianças soropositivas e crianças com necessidades especiais. Leve-se ainda em consideração que a maioria das pessoas preferem bebês menores de 01 ano.
Adotar é um gesto de amor. Mais ainda do que gerar um filho, pois você vai tornar filho uma criança ou adolescente que nasceu de outra pessoa. E para esta criança ou adolescente é a grande oportunidade de ter uma família, de ser cuidada e amada.
Esta é a grande diferença que quero chamar a atenção aqui. Adotar não é pegar pra criar, não se adota por pena, por caridade ou para pagar os próprios pecados. Se adota por amor!
A criança adotada deve ter os mesmos os direitos e deveres que são garantidos aos filhos biológicos. Já vi muitos casos de famílias que pegam, por exemplo, aquela menina negra pra criar e fazem dela a empregada da casa, humilham, não lhe dão garantias e respeito. E além do mais este ato pode ser considerado ilegal. Pois o ato de adotar uma criança precisa ser feito dentro dos preceitos da legalidade, que existe desde 1916, no Código Civil Brasileiro, quando o assunto foi tratado pela primeira vez. De lá para cá, várias outras leis surgiram e em 1990, com a aprovação do Estatuto da Criançã e Adolescente (ECA), o processo de adoção foi facilitado.
No Brasil, adotar uma criança já foi um processo muito mais longo, burocrático e estressante. No meu caso, o meu processo chegou a sumir no Forum e somente foi concluído quando eu tinha 18 anos!!! Antes disto, meus pais apenas detinham a minha guarda, mas eu não tinha qualquer garantia, pois para a Lei não era reconhecida como filha.
Hoje, com o apoio da legislação e o advento dos Juizados da Infância e da Juventude, está muito mais fácil e rápido adotar um filho. Isto claro, se os futuros pais não se prenderem a padrões e exigências.

Quais são os requesitos para adotar um filho?
As normas gerais de adoção no Brasil são estabelecidas, principalmente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e podem ser assim resumidas:
- A pessoa a ser adotada deve ter no máximo 18 anos de idade, a não ser que já conviva com o adotante (pessoa que o adotará).
- A idade mínima dos candidatos à adotantes é de 21 anos.
- Diferença de idade mínima entre o adotante e o adotado é de 16 anos.
- Ascendentes (avós, bisavós) e descendentes (filhos, netos) não podem adotar seus parentes.
- Não importa o estado civil do adotante.
- A adoção requer a concordância dos pais biológicos, salvo em caso de paternidade desconhecida ou quando estes tiverem perdido o pátrio poder.
- A adoção de adolescente maior de 12 também necessita da concordância deste.
- Antes de concretizada a adoção é necessário fazer um estágio de convivência entre adotando e adotante. Isso é dispensado quando a criança é menor de um ano ou quando já mora com o adotante.
Preenchidos estes requisitos básicos o primeiro grande passo que todo candidato a adotante é procurar o Juizado da Infância e da Juventude mais próximo de sua casa para fazer um Cadastro de Pretendentes para Adoção. Você deverá apresentar documentos, passar por entrevistas, escolher o perfil da criança e aguardar surgir a criança desejada. Meninas recém-nascidas, loiras, com olhos azuis e saúde perfeita – a maioria dos pedidos – podem demorar até cinco anos!

Para mim, o passo mais importante para quem pretende adotar uma criança é se informar, rever os seus conceitos e "pré-conceitos", não se prender tanto em padrões, enfim, abrir a mente e o coração.
Beijos e fiquem com Deus!