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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Adoção



Estou participando da blogagem coletiva sobre adoção. Este é um assunto muito presente na minha vida.


Não, minha filha não é adotada. Eu a gerei, pari, com ela tenho o tal " laço de sangue".

Este ato nobre partiu de meus pais. Minha mãe adotiva se casou com trinta anos, depois de muitas tentativas, descobriu-se que ela não podia ter filhos. Mas a solução estava a caminho...

Minha mãe biológica convidou o casal, hoje meus pais adotivos, para serem meus padrinhos. Como ela passava por muitas dificuldades, era mãe solteira , então meus padrinhos conversaram com ela e propuseram cuidar de mim, e ela poderia continuar me vendo. Assim foi por um tempo, mas as visitas dela foram só espaçando até que ela sumiu no mundo. Nunca mais se ouviu falar dela e eu ainda era um bebê de colo. Meus pais pegaram a minha guarda, e assim foi até os meus 18 anos. Eu os considerava e amava como meus pais, mas na minha certidão de nascimento constava o nome de minha mãe biológica e no lugar do nome do pai um espaço em branco. Eu fiquei sabendo cedo que não era filha de sangue, com 9 anos. Engraçado é que eu já sentia isto muito antes. Quando minha mãe me contou não foi nenhuma novidade para mim. Recebi a notícia calmamente e continuei brincando. Eu me sentia tão segura e amada!!


Minha mãe morria de medo de me perder. A minha mãe biológica sumiu, mas acho que minha mãe temia que ela voltasse a qualquer momento e me levasse embora. Hoje fico imaginando o sofrimento dela! Quando completei 18 anos e precisei tirar todos os meus documentos por causa do vestibular, meus pais resolveream regularizar minha situação e partir para a adoção. Minha mãe biológica tinha realmente desaparecido, eu já convivia com eles há bastante tempo e nem me lembrava mais do rosto da minha mãe verdadeira, diante disto tudo a juíza decretou que a mãe biológica havia perdido o " pátrio poder" (não esqueço esta expressão!) e o caminho para regularizar a adoção foi mais curto. Com 18 anos eu acrescentei o sobrenome dos meus pais adotivos, tirei outra certidão de nascimento e isto foi motivo de muita emoção e orgulho para mim! Eu havia nascido de novo!!


A relação dos meus pais comigo sempre foi super carinhosa e verdadeira, eu me considerava da família e nunca sofri discriminação por causa disto. Eu recebi muito amor, meus pais me deram tudo que eu precisava e mais um pouco, a adoção foi uma experiência muito tranquila para mim e só enriquece minha história de vida. Como qualquer relação de pais e filhos teve seus momentos bons e seus percalços também.


Gostaria de frisar que existe uma grande diferença entre adotar uma criança e " pegar para criar". Adotar uma criança implica em todas as responsabilidades que a criação de uma criança exige: amor, educação, alimentação, cultura; adotar uma criança é recebê-la no seio de sua família, como uma igual, com todos os direitos e deveres, sem qualquer diferenciação ou ato discriminatório. Uma criança adotada não tem o laço de sangue, mas tem o laço do coração, que muitas vezes é mais forte e une para toda a vida.


Eu penso em adotar? Sim, sempre pensei. Adotar como uma forma de agradecer o que a vida me proporcionou, dando esta mesma oportunidade para alguém. Está em meus planos adotar uma criança, mas só vou colocar em prática este ato se eu tiver certeza que poderei proporcionar para esta criança as mesmas oportunidades que darei para minha filha de sangue. No momento a questão financeira está me limitando bastante, infelizmente.
Adotar uma criança é um gesto nobre e enriquecedor,e tem que ser muito bem planejado e preparado, às vezes esta preparação dura bem mais que os nove meses de gestação!
No meu caso, durou 18 anos!! E sempre vale a pena!!

21 comentários:

  1. Que lindo texto, Isabel!
    Adorei saber isto sobre ti. Obrigada por teres partilhado.
    Muito inspirador...

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  2. Isabel, estou emocionada. Quando li no seu texto esta frase, chorei:
    "a juíza decretou que a mãe biológica havia perdido o " pátrio poder" (não esqueço esta expressão!"

    Parecia que estava presente nesta audiência.
    Como vc mesma escreveu no seu lindo texto, a sua história te fez uma pessoa diferente e eu acredito também nisso.

    Muito obrigada por dividir conosco algo tao particular seu.

    Muito obrigada mesmo.

    Um grande abraco

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  3. Acho maravbilhoso adotar, sempre tive muita vontade, mas depois de ter o segundo filho e da minha enteada vir morar conosco desisti, não teria condições financeiras de criar um quarto filho. Mas, fico muito feliz quando vejo estórias como a sua. Parabéns pelos pais maravilhosos que te acolheram. Beijos

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  4. Que linda historia Isabel. Mulher, eu sou dificil de chorar, mas tua historia e da Talma, historias bem diferentes e parecidas me emocionou muito.
    Linda voce e linda sua familia.
    agora vou conhecer um pouco desse teu blog que ainda nao tinha visitado.
    beijinhos querida

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  5. Linda história, Isabel!
    Fico feliz demais que você a tenha partilhado com a gente!
    Aqui em casa temos 3 histórias de adoção tb! Duas super tranquilas e uma mais conturbada em razão de sequelas deixadas pelo passado!
    Mas todas repletas de amor e bençãos!
    Um beijo doce pra vc!

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  6. Lista história Isabel.Nossa qt coisa agente vai lendo sobre vcs.Cada dia vcs parecem muito mais próximas da gente.Pessoas de verdade,com histórias tristes e alegres e aos poucos vão dividindo com a gente.
    Bjs

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  7. Isabem que linda história, não sei se tria tanto amor ppra fazer o que seus pais fizeram
    bj

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  8. Vou comentar desse post num post no boneca de pano!

    Passe por lá...

    Eu abraço essa idéia!!!

    Beijos mill

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  9. E você perguntou se havia tempo de entrar na blogagem mal sabendo que desde muito já faria parte dela. Seu lugar estava marcado, seu depoimento neste blog precisava deste gatilho, estava certo desde quando tornou-se filha adotiva. História de vida, do tipo que educa, que intrui,que agrega valor. Quando você diz que "adotar uma criança é um gesto nobre e enriquecedor,e tem que ser muito bem planejado e preparado, às vezes esta preparação dura bem mais que os nove meses de gestação.", você sabe muito bem o que está falando. Muito obrigado por ter-nos permitido conhecer este particular lindo de sua vida. Beijus. dácio jaegger

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  10. Querida, linda a sua história...que pais corajosos! Imagino o desespero e preocupação em cada sombra que pudesse ser da sua mãe biológica.
    Eles não precisavam ter esperado tanto assim, tadinhos....um ano seria o sufuciente para comprovar "laços fortes de afetividade" e começar o processo.
    Eheheh...não me pergunte.
    Beijos minha amiga.

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  11. To sem palavras!!! Mto lindo tudo o que aconteceu e da forma que como vc raeagiu ao saber, ser amado faz toda a diferença mesmo!!!
    Amei saber da sua história, te conhecer um pouco mais...

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  12. Que lindo Isabel! Sua história é realmente linda e emocionante.
    E você é um exemplo para todos nós. Ainda não tenho filhos mas pretendo ter um biológico e um adotivo... Sempre pensei nesse assunto mas nunca tive conhecimento de como um filho adotivo se sentia. Sua história só fortaleceu a minha vontade de adotar!
    Bjs

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  13. Amei ler a tua história!
    Desejo que a minha filha também tenha o mesmo sentimento (creio que já o tem, pois com 6 anos sabe a sua história também).
    um grande beijinho e que DTA:

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  14. Sempre que existe uma história real a coisa fica ainda mais bonita. E vc ser grata é o melhor de tudo isso.

    parabéns pela beleza que vc colocou aqui pra nós. os lacos de gratidao e amor, sao mts vezes mais fortes que os de sangue...

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  15. Oi, gostei do assunto sobre adoção, a minha monografia da faculdade foi sobre "Adoção no ECA". Tenho uma tia minha q ela queria menina e ela tinha tres filhos homens e na idade q estava não tinha mais como engravidar até q um dia meu pai como é delegado de polícia da cidade sempre sabia de histórias de mães que abandonavam seus filhos, mas abadonava mesmo de deixar sozinha a criança na casa sem se alimentar, e a minha tia não pensou duas vezes em adotar essa criança, foi pra cidade no mesmo dai q meu pai ligou pra ela, e tenho mais uma tia que adotou um casal de irmãos e mais uma prima minha tbm que adotou um filho, então tenho uma familia que entende bem essa situação e lida da forma muito natural , são filhos légítimos e criam vinculo como se filho de sangue! Entendo muito bem como vc disse em seu post e adorei sua história, parabéns , realmente é um assunto bem delicado e vc foi corajosa em expôr essa história bonita de amor entre os pais "adotivos e filhos "adotivos". A minha tia teve os mesmo caminhos burocráticos que vc teve para trocar o nome da menina que ela adotou e lembro como se fosse hoje qdo ela levou embora a filha dela para casa, ela ficou uns dias na casa dos meus pais com a filha, eu tinha uns 12 anos, lembro como se fosse hoje o amor entre as duas, de filha pra mãe, ela amanentando com aquele amor de mãe mesmo, como se ela tivesse chegado da maternidade, não esqueço até hoje a felicidade estampada no rosto dela!

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  16. Muito bonita sua história amiga, e o mais importante é receber esse amor imenso que seus pais lhe deram.
    Um beijo grande

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  17. Que lindo! Minha mãe também é filha adotiva! O importante é o amor que o casal está disposto a dar ao filho, independente de ser adotado ou não! Como vc pode ver no meu post,muitas pessoas não sabem valorizar nem os filhos de sangue, infelizmente, mas sempre há pessoas desejosas de cuidar de outros, graças a Deus

    Bjinhos

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  18. Muita gente diz que blogagem coletiva não tem importância, porque não gera efeitos práticos.

    Eu discordo, especialmente com o que representa ESTA blogagem sobre a adoção.

    Isso porque, o grande efeito desta blogagem é fazer com que uma pessoa que esteja pensando em adotar, tenha subsídios para decidir pelo sim ou pelo não, em razão do fato de que os muitos post sobre ela, mostram as várias faces da questão.

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  19. Oi minha amiga e comadre!
    Chorei lógico e fiquei tão feliz em saber que fiz parte da sua vida neste momento tão importante.
    Você me contou a grande novidade lá nos corredores da FAFICH e ficamos tão emocianadas e eu comentei como agora seu sobrenome era chique.
    Tive a honra de conhecer seu Ivo seu pai e de ainda conhecer e merecer o respeito da dona Júlia.
    E para melhorar sou madrinha da Aninha.
    Gosto muito de você amiga e sempre conto sua história quando alguém tem duvidas ou medo mesmo de adotar.
    Beijos, beijos e beijos meus e da familia que você também viu nascer e abençou como minha madrinha de casamento.
    Fátima

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  20. Muito lindo seu texto, e muita linda também sua história de vida!!! Te desejo muita felicidade e muito sucesso para você e toda sua família.. e que sua situação financeira melhore bastante para que se for do seu coração, você possa tambéma dotar um criança!!! ^^
    Beijos

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