Seguidores

Lilypie

Lilypie - Personal pictureLilypie Kids Birthday tickers

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Outro susto

Mais um susto. Quarta-feira à noite meu pai passou mal e foi novamente para o hospital. Achamos que ele havia tido outro AVC, ela estava aéreo, pálido e com a boca torta. Depois de uma noite inteira no hospital em observação, fazendo tumografia e exames, foi constatado que ele não teve AVC. Ele havia tido uma hipoglicemia acompanhada de convulsão. Um perigo, mas que foi percebido a tempo de prestar os socorros necessários e não ter maiores complicações. Ontem mesmo o médico deu alta e ele já está em casa, para alívio de todos e principalmente de minha mãe.

A doença do meu pai me entristece muito. Primeiro que não posso acompanhá-lo como deveria, trabalho o dia inteiro e ainda tenho uma filha (mas sinto uma cobrança velada de toda a família, que acham que não faço o suficiente). Então na maior parte das vezes ele fica sob os cuidados da minha mãe e da minha prima, enquanto não arranjamos alguém para ficar com ele. Estamos procurando alguém, mas as pessoas pedem um salário muito além das possibilidades do meu pai, que é aposentado. Também fico triste por não poder ajudar financeiramente, pois realmente não tenho condições. Antes de ter minha família eu ajudava minha mãe fazendo as compras de casa para ela e ajudando nos remédios. Atualmente não posso mais fazer isto.

O que mais me entristece é ver o sofrimento do meu pai, no que a doença o transformou. De um homem ativo, independente, cheio de si, a uma pessoa totalmente dependente, que precisa de ajuda até para tomar um copo d´água, que usa fraldas e coletor urinário. Toda vez que vou na casa de minha mãe a imagem do meu pai na cama me choca. Já devia ter me acostumado, mas ainda me choca muito. Na família já ouvi que me isolei, que não dou a devida atenção para ele. Fico triste porque acham isso, mas já cheguei a uma fase da vida em que não dou mais tanta importância ao que as pessoas pensam sobre mim. Só eu sei a dor que eu sinto, e acho que meu isolamento é uma defesa minha. E mesmo quando meu pai estava bem de saúde, nossa relação era difícil, meu pai era uma pessoa muito fechada e várias coisas nos afastaram um do outro. Mas eu o amo muito, talvez não tenha coragem de dizer isto para ele, e sinto que cada dia que passa é um dia a menos que terei para dizer isto a ele... mas está travado, não consigo, e acho que não conseguirei. Me sinto muito cobrada, mas acho que a cobrança maior vem do meu coração, eu queria ser aquela filha perfeita, estar ao lado dele o tempo todo ,dando banho, trocando fralda, dando comida, ajudando minha mãe. Mas é impossível para mim fazer isto, pelas limitações da vida e pelas minhas próprias limitações emocionais. É peso na consciência mesmo, e vou ter que viver com isto pelo resto da minha vida. Não sei se justifica essa dúvida minha, afinal estou sempre ali, acompanho no hospital, mesmo que isto vire minha vida de ponta a cabeça, como foi na quinta-feira, que deixei tudo para ficar com ele no hospital. Mas porque acho que isto não é o suficiente, que o fato de outra pessoa estar cuidando do meu pai (no caso minha prima) pode significar que não sou boa filha? Porque o olhar atravessado do resto da família ,que não faz nada para ajudar, só uma visitinha rápida de vez em quando, pode me afetar tanto? Acho que o problema sou eu, que fui muito cobrada e aprendi a me cobrar muito também.

Para complicar, na madrugada de quarta-feira, enquanto meu pai estava no hospital com meu marido, a Ana vomitou 02 vezes! Fiquei nervosa e preocupada... mais esta! No outro dia eu teria que ficar no hospital, então tive que mandá-la pra creche assim mesmo. Mas graças a Deus ela passou o dia bem e não teve mais vômito, só uma leve diarréia. Estamos observando, mas acho que foi alguma indisposição alimentar mesmo, pois está afebril se alimentando bem.

Desculpe o post longo e meio confuso, talvez vocês não entendam o que se passa aqui, mas precisava escrever isto para exorcizar alguns fantasmas... é um desabafo.

Para finalizar uma frase da música " Epitáfio" , dos Titãs, que gosto muito e repito para mim todos os dias: " Cada um sabe a alegria e a dor que carrega no coração".

4 comentários:

  1. Oh querida amiga..
    Sei que muitas vzs palavras não ajudam em nada.
    Mas se vc sabe que as cobranças não ajudaram na sua formação e vc é cosnciente disso, liberte-se delas.
    Sei o quanto é dificil ver um pai nessa situação. Com certeza vc o ama apesar das falhas que assim como ele,eu e vc vamos cometer com nossos filhos. Poupe seu coração e ofereça ao seu pai todo o amor que vc tem por ele.
    Não importa a quantidade e sim a qualidade. Qdo visita-lo leve algo para ler pra ele, ou uma foto , um dvd de um filme que ele goste.
    Se for o caso ofereça para marcar as consultas dele, pegar exames, acompanha-lo ao médico ou um simples telefonema a sua mãe para saber como vai as coisas já ajuda.
    Bem, espero ter te ajudado, faça aquilo que sabe que é preciso fazer, afinal os filhos tem uma certa responasbilidade com os pais, e não se cobre daquilo que os outros talvez gostaria que vc fizesse.
    Um beijo

    ResponderExcluir
  2. ô, amiga! Confia em Deus tá?? Ele sabe o que é melhor!! Vai dar td certo!

    Abraços

    ResponderExcluir
  3. Ai Bel, o que falar né?
    É uma situação mto delicada, e sei o que é as pessoas cobrando, mas não esquenta, o que importa é o que sua mãe acha, se vcs se acertaram, que assim é a única maneira, não tem o que ser feito...
    Se familia fosse bom, não nos davam, a gente escolheria, né?

    Qto ao falar "Eu te amo", sei como é... Amo meus pais, mas acredito que nunca falei isso, e pra ser sincera, não acho necessário, atitudes são tudo, as vzs falamos, mas não agimos legal com quem amamos, então... Atitude, e seu pai sabe que vc o ama...

    Melhoras pra Ana e pro seu pai... Que as coisas se acertem por aí!!!

    Bjks

    ResponderExcluir
  4. Força aí Isabel, vc com certeza tá fazendo o possível, nao se culpe.Bjs.

    ResponderExcluir

Mande uma mensagem para a Ana!